segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Como vai evoluir o mundo económico

Em 2011 registar-se-á uma desaceleração do mundo desenvolvido. Apesar da recente melhoria em muitas economias desenvolvidas, o sector privado estará ainda sob pressão (com as famílias altamente endividadas) e a enfrentar um período de ajustamento das contas de balanço. Como estes desequilíbrios serão ainda provenientes de 2010, muitos analistas internacionais prevêem um abrandamento nos EUA e admitem que o crescimento na zona euro continuará fraco em 2011. Em contraste, o Japão não tem endividamento no sector privado, mas o crescimento desta economia em 2011 será restringido por outros problemas estruturais, incluindo as finanças públicas fracas e a desaceleração dos seus mercados-chave de exportação. Isto não só afectará os países directamente envolvidos, mas também os seus parceiros comerciais. Contudo, pelo menos no cenário mais provável, isto conduzirá apenas a um crescimento mais brando, mais do que a um declínio no PIB. As empresas estão conscientes dos riscos no seu horizonte. Em consequência, elas manterão sob controlo os seus “stocks” (muitas vezes a força motriz mais importante numa economia em contracção) a curto prazo.

O crescimento em 2012-1014 deverá, contudo, ser mais estável e a um ritmo mais nítido do que em 2007-1011. Mas o regresso às taxas de crescimento registadas antes da crise (só possíveis devido ao excessivo crescimento do crédito) será improvável. Os EUA necessitarão de vários anos durante os quais o consumo privado crescerá menos do que a procura total, enquanto o sector público terá também de fazer restrições a médio prazo. Na Europa Ocidental as restrições fiscais terão o seu peso no crescimento em muitos países. Acresce que, como os subsídios salariais encorajaram a acumulação de trabalhadores em laboração para conter o desemprego, o regresso a um saudável crescimento do emprego levará muito tempo, uma vez que as empresas têm grande espaço para aumentar a produção sem recorrer a novos trabalhadores. Algumas economias da Europa Ocidental, incluindo Espanha e Reino Unido, bem como muitos países do Centro e Leste da Europa, levarão muito tempo a absorver as consequências dos anteriores empréstimos excessivos e do declínio da competitividade. A Ásia será a região mais forte, em termos de crescimento económico, embora a necessidade de reduzir a maciça expansão de crédito na China (vinda já de 2009) possa levar a alguma instabilidade.

Assim, aconselha-se as empresas portuguesas exportadoras a procurarem novos destinos, nomeadamente mercados emergentes da Ásia e da América Latina.

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