quinta-feira, 12 de maio de 2011

Os níveis de fidelidade às marcas estão a diminuir?

Parece que é verdade que as pessoas são cada vez menos fiéis às marcas que consomem. De facto, as pesquisas de consumo revelam uma quebra prolongada dos níveis de fidelidade. Há diversos factores que contribuem para este declínio.

- Os consumidores estão mais confiantes e cientes das suas opções. Em resultado disto têm mais probabilidades de verem cada transacção de acordo com os seus méritos.

- Tornou-se cada vez mais fácil comparar as ofertas concorrentes, sobretudo desde o aparecimento da internet. Isto permite aos consumidores escolherem sempre a melhor oferta.

- Para muitos consumidores, os cartões de fidelidade encorajam a procura de descontos.

- Cada vez mais as pessoas procuram variedade e gostam de testar novas marcas e produtos, já que os patamares de tédio nunca foram tão baixos e que muitos consumidores gostam de quebrar as velhas rotinas - isto teve um impacto negativo na fidelidade dos clientes.



domingo, 8 de maio de 2011

Como gerar fidelidade a uma marca

Mark Earls, da Ogilvy & Mather, disse certa vez: "As pessoas são animais de grupo. Vemos isso vezes sem conta - os consumidores podem associar-se a uma marca durante algum tempo e depois algo muda, algo despoleta, e subitamente todo o rebanho se vai embora e se volta a juntar noutro lugar qualquer, com outra marca qualquer. É claro que as marcas fortes têm clientes mais fiéis - mas o verdadeiro truque é compreender os 'gatilhos' perceber como o rebanho se comporta". Outro autor de marketing (Garth Hallberg) acrescentou: "O que torna fortes as marcas fortes é um núcleo de grandes clientes fiéis, que geralmente representam mais de metade das vendas da marca". Finalmente, outro autor (Jon Steel) disse ainda: "Falamos de marcas fortes como se tivessem clientes fiéis, mas as pessoas não são estúpidas e a fidelidade não é cega. Se as necessidades mudam ou alguma coisa melhor aparece - e se a sua marca não faz nada para reagir a isso - os clientes vão-se embora".



Até aos anos 1980, a maioria das pessoas considerava que a chave para manter a fidelidade estava na satisfação dos clientes. Esta ideia foi posta em causa por W. Edwards Deming, que explicou que um cliente satisfeito hoje pode ter necessidades diferentes amanhã. Desde então, muito trabalho foi feito para provar que os índices de satisfação, por si sós, não permitem prever o modo como o consumidor se comportará. É claro que a satisfação é necessária para manter os clientes fiéis, mas nem sempre é suficiente. Estudos de muitas marcas demonstraram que os consumidores satisfeitos são muitas vezes desleais.



Rapidamente emergiu uma perspectiva diferente. Os índices de satisfação, afirmou-se na altura, mediam os aspectos racionais e funcionais da experiência do consumidor. Apenas olhavam para trás e não captavam as emoções do consumidor a respeito da marca. Organizações, como a Gallup, fizeram uma pesquisa alargada para determinar a importância de medir aquilo que denominavam como a dinâmica emocional, argumentando que as pessoas "são fiéis a marcas que merecem tanto a sua confiança racional como a sua afeição profunda". Estes argumentos foram publicados por Frederik F. Reichheld no seu livro "The Loyalty Effect", em 1996. Esta investigação mostrou que o custo de angariar novos clientes era cinco vezes superior ao custo de servir clientes existentes - com a implicação óbvia de que construir fidelidade devia ser uma prioridade estratégica de qualquer marca. Em próximo artigo defenderei que a fidelidade a uma marca está relacionada com a sua força e também tentarei responder à questão: será a lealdade determinada pela força da marca ou com o seu tamanho?

sábado, 7 de maio de 2011

O impacto das marcas no negócio

Pensemos, em primeiro lugar, que uma marca pode ser o nome de alguém. São conhecidas marcas estrangeiras e marcas portuguesas que se baseiam no nome do propritário da empresa. Basta para isso que o negócio seja implementado e promovido (e publicitado, etc.) com esse nome. A imagem é criada com o nome e tem que se assumir que isso vai ser uma prioridade para a empresa. De facto, as marcas são claramente uma prioridade para as empresas mais bem-sucedidas do mundo. Mas porquê? Uma empresa de estudos (mencionada no livro "The Business of Brands") relaciona a força da marca com critérios fundamentais de avaliação da própria empresa - incluindo o v alor para o accionista. Os dois impactos fundamentais das marcas no negócio são os seguintes:


- As marcas fortes reduzem o risco do negócio - Há provas claras de que as marcas fortes estão associadas a níveis mais baixos de risco para a empresa.


- As marcas fortes geram opções - As marcas podem criar valor abrindo novas áreas de potencial para a actividade empresarial.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Planeamento estratégico da marca

A estratégia da marca é, ou deve ser, a estratégia da empresa. Assim, o planeamento estratégico da marca transforma-se num imperativo de negócio incontornável. Quais são as questões principais do planeamento da marca?







Definir o mercado é a tarefa fulcral para o negócio. Uma definição boa e perspicaz pode fazer uma grande diferença no desempenho de uma marca. Os principais desafios estratégicos que uma marca pode enfrentar são os seguintes:


- Lançamento - Colocar uma marca no mercado pela primeira vez.


- Desafio - Enfrentar as marcas dominantes no mercado, o que muitas vezes requer um planeamento particularmente engenhoso.


- Manutenção - Defender uma posição de mercado contra desafios, contra as mudanças no mercado e os caprichos dos consumidores.


- Revitalização - Renovar uma marca existente, que perdeu o seu brilho.


- Re-branding - Modificar a marca de um produto, serviço ou empresa.


- Aquisição - Integrar uma marca que se adquiriu num portefólio existente.




Todas as marcas se deparam com uma ou mais destas questões em determinada altura da sua vida - muitas vezes com várias questões ao mesmo tempo. Há que trabalhar bem cada um dos aspectos referidos, através de estratégias bem desenhadas e com os necessários investimentos em marketing, investimentos muitas vezes menorizados, principalmente por PME, que não sentem que estão a investir na marca e no negócio, mas antes encaram esses investimentos como meras despesas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Compreender a força da marca

Qual é a marca mais forte? A Super Bock ou a Sagres? A Dove, a Harrods ou a Playstation? Muitas marcas são claramente fortes. Mas exactamente em que medida? Como podemos medir a força de uma marca? Que factores tornam uma marca mais forte do que a concorrência? Cada vez mais, à medida que as marcas ganham um papel central dentro das organizações empresariais, estas questões são um importante problema de gestão. A medição da força de uma marca ficou conhecida como "brand equity" (valor de marca). Esta expressão começou a aparecer regularmente no final dos anos 1980 e o conceito foi desenvolvido por David Aaker, que o descreveu do seguinte modo: o valor de marca é um conjunto de bens (e de obrigações) ligado ao nome e ao símbolo de uma marca que se acrescenta (ou subtrai) ao valor consubstanciado por um produto ou serviço de uma empresa. Num certo sentido, o valor de marca é uma medida do potencial que uma marca é capaz de acrescentar ao negócio.