quinta-feira, 21 de março de 2013

África do Sul - Um pequeno continente dentro de outro

As características do continente africano são diversificadas, dada a sua dimensão. O facto de se estender de Norte para Sul, atravessado pelos trópicos e equador, contribui para essa variedade. Dentro deste continente, a África do Sul tem um clima geral temperado (embora variando desde o deserto até ao clima subtropical) e apresenta também grande diversidade em muitos aspectos. Para além da variedade geográfica, existe diversidade étnica, cultural (culturas de África e da Europa, sobretudo dos ingleses e holandeses), linguística (11 idiomas oficiais, sendo o inglês o mais usado), bem como diversidade religiosa (porém, cerca de 70% da população tem alguma religião cristã, originada nos europeus). Refira-se ainda que a África do Sul difere substancialmente das outras nações africanas, por ser um país situado na parte meridional do continente, que desenvolveu há várias décadas uma economia industrializada, superior à de qualquer outro país africano, tendo-se tornado a nação mais rica de África. De certa maneira, dada a extensão territorial da África do Sul (1,2 milhões de km2 cerca de 4% do continente africano) e as suas características específicas, permito-me acrescentar “grosso modo” que este país é um pequeno continente dentro da própria África.

A economia sul-africana é a que tem o PIB mais elevado do continente, com 401,9 mil milhões de dólares em 2011 e estimativa de 378,9 mil milhões para 2012 (segundo a Economist Intelligence Unit - EIU). No entanto (dados EIU), encontra-se perante uma revisão em baixa do crescimento económico em 2012 (de 3,1% para 2,8%) e uma previsão de 2,8% para 2013. Os principais indicadores, sobretudo os que têm mais impacto no crescimento económico do país (nas indústrias extractiva e transformadora) sugerem que a tendência se manterá relativamente lenta. Isto é devido principalmente à crise da dívida da zona euro e também a várias greves ocorridas em 2012 e previstas em 2013.

O risco de recessão é baixo, mas o crescimento será lento demais para evitar a elevada taxa de desemprego, que continuará a restringir a procura. Os persistentes obstáculos estruturais, incluindo falta de qualificações da mão-de-obra local, elevado desemprego, crime, corrupção e ineficiência paraestatal, irão actuar como travão no crescimento económico. Acresce que a consolidação fiscal também deverá afectar quer o consumo interno, quer o público. Do mesmo modo, as incertezas em relação ao desenvolvimento do período até às eleições de 2014 poderão travar o investimento privado.

Em suma, esta nação tem um desenvolvimento avançado (possui cerca de um quinto do PIB de toda a África), mas concentrado à volta de quatro áreas: Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Durban e Pretória/Johannesburg. A população total é cerca de 51,77 milhões (2011) e a sua grande maioria é pobre ou relativamente pobre. Todavia, as principais zonas marginais têm registado um crescimento rápido nos últimos anos. Quanto à riqueza do país, refira-se que a África do Sul é o maior produtor e consumidor do continente africano, bem como o maior produtor de ouro e diamantes (possui 45% da produção de minérios de África). Depois de 1994, ano em que teve início a era pós-apartheid, o turismo desenvolveu-se rapidamente, o que também contribuiu para o avanço do país em geral. Possui sectores financeiro, de energia, de comunicações e transportes bem desenvolvidos. Há cerca de cinco anos os serviços representavam 65,3% do PIB, a indústria (incluindo extractiva) 31,3% e a agricultura 3,4%. Nessa altura a bolsa de Johanesburg era a 17ª maior do mundo. Actualmente, esta nação é considerada um país emergente, no contexto dos chamados BRICS, iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa), tendo este sido o último a integrar o grupo dos chamados países emergentes.

Do ponto de vista das potencialidades do mercado para absorver as exportações de outros países (europeus e outros), a África do Sul oferece grandes oportunidades, já que a sua economia está a emergir como mercado consumidor de bens de capital, intermédios e de consumo. Por isso, é de salientar que se trata de mais um mercado para expansão das empresas portuguesas. Em 2011, Portugal exportou para a África do Sul cerca de 86 mil euros, o que representou somente 0,2% das nossas exportações totais; isto significa que há ainda muito espaço de mercado, sobretudo para máquinas e aparelhos, os produtos mais exportados nos últimos anos. Acresce que, pesquisando no já habitual Google, encontram-se facilmente Websites de empresas sul-africanas, existindo também várias entidades em Portugal e na África do Sul que podem apoiar as PME portuguesas a encontrar a melhor solução para penetrar nesse mercado. As tradicionais feiras para expor os produtos são várias as que se realizam nas principais cidades (atrás referidas). Para além do Marketing Convencional, podem as empresas portuguesas exportadoras (através de Websites bem desenhados) fazer experiências de contactos com África do Sul, bem menos dispendiosos do que a presença nas feiras, podendo para esse efeito utilizar a consultoria na área do “Inbound Marketing”, “SMarketing - Marketing e Vendas”, nomeadamente a “Nível Horizontal”, cujos “posts” são verdadeiros incentivos à experiência de exportação através dos Websites das empresas exportadoras. Eis os temas de alguns desses “posts”: “3 Formas de Gerar mais Vendas com o Website”; “Como Abordar o Conteúdo para Entrar em Novos Mercados de Exportação”; “Como Exportar e Vender Mais com o Website”; “Exportação e Internacionalização Facilitada com o Facebook Global Pages”; “6 Dicas sobre Optimização de Websites para o Mercado Internacional e a Exportação”; "Tácticas para Exportar Quando as Feiras não são Opção".

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